Programação  – XIII CNMEM

 

📢 Tema do Evento: “Para onde vamos? Uma reflexão sobre o impacto social de nossas pesquisas, práticas e ações.”

 
XIII Conferência Nacional sobre Modelagem na Educação Matemática (XIII CNMEM) propõe um espaço de reflexão crítica sobre o impacto social das pesquisas, práticas e ações desenvolvidas na área. A programação do evento será composta por atividades que incentivam o debate, a troca de experiências e a construção coletiva de conhecimento.

📅 Divulgação da Programação Completa.

A XIII CNMEM será realizada nos dias 12, 13 e 14  de 2025, no Campus Centro da UFMS (Cidade Universitária, Av. Costa e Silva – Pioneiros, MS). Confira mais detalhes:

 

Professora Dra. Karina Alessandra Pessoa (UTFPR)

Professora Dra. Claudia Carreira da Rosa (UFMS)

Professor Dr. Jader Otávio Dalto (UTFPR)

Palestrantes:

Profª. Dra. Berta Barquero Farras – Universitat Autònoma de Barcelona (UAB) 

Profª. Dra. Lourdes Maria Werle de Almeida (UEL)

Mediadora:

Profª. Dra.Adriana Helena Borssoi (UTFPR)

Debate Temático 1

Título: “Raízes e rotas: um olhar para a história da Modelagem na Educação Matemática”

Palestrantes:

Profª. Dra. Lilian Akemi Kato (UEM)

Profº. Dr. Ademir Donizeti Caldeira (UFScar)

Mediador: Profº. Dr. João Frederico da Costa Azevedo Meyer (UNICAMP)

Debate Temático 2 

Título: “Modelagem em movimento: experiências, pesquisas e formação de professores”

Palestrantes:

Profª.  Dra. Claudia Carreira da Rosa (UFMS)

Profª. Dra. Ana Paula dos Santos Malheiros (Unesp, Rio Claro)

Mediador:

Professor Dr. Wellington Piveta Oliveira (UFPR)

Palestrantes:

Profª. Dra. Jussara de Loiola Araújo (UFMG)

Profº. Dr. Tiago Emanuel Klüber (UNIOESTE)

Mediadora:

Profª. Drª. Lahis Braga Souza (UFAC)

Local: Auditório Multiuso 1  da UFMS (em frente ao Teatro Glauce Rocha)

MINICURSOS

Título:  Modelando ideias:  a interface entre Modelagem Matemática e criatividade na Educação Matemática 
 
Ministrante: Prof. Dr. Rodolfo Eduardo Vertuan (UTFPR)
 

Descrição: Este minicurso tem como objetivo discutir e vivenciar as relações entre Modelagem Matemática e Criatividade no contexto da Educação Matemática, explorando implicações teóricas e práticas desse diálogo. A partir de fundamentos já consolidados em pesquisas sobre o tema, busca-se compreender como a Criatividade pode ser promovida por meio da Modelagem e, reciprocamente, como a Modelagem pode ser potencializada quando mediada com intencionalidade criativa. Serão apresentados pressupostos teóricos que sustentam essa relação — como a ideia de que a criatividade emerge de processos de exploração, formulação e reformulação de problemas — e atividades práticas que possibilitam observar e discutir manifestações criativas em situações de Modelagem. Os participantes serão convidados a resolver, analisar e reinterpretar pequenos problemas de Modelagem, destacando momentos de ideação, elaboração de modelos, validação e reinterpretação das soluções. Durante o desenvolvimento das atividades, serão discutidos aspectos do papel docente, especialmente no que se refere à mediação e ao estímulo de comportamentos criativos, como a flexibilização de caminhos, a valorização de ideias originais e o incentivo ao pensamento divergente. Vislumbra-se que os participantes construam uma compreensão ampliada sobre as potencialidades da Modelagem como espaço de criação, reflexão e aprendizagem matemática, articulando o aprender sobre Modelagempor meio da Modelagem e usa do Modelagem para promover a criatividade.

Título: Modelos Matemáticos e o compromisso social da Modelagem na Educação Matemática

Ministrante: Profª. Dra. Barbara Nivalda Palharini Alvim Sousa (UENP) e  Profº. Dr. Emerson Tortola (UTFPR)

Descrição: No âmbito da Modelagem na Educação Matemática, modelos matemáticos são geralmente concebidos como estruturas matemáticas dotadas de conceitos e relações, cuja representação revela características e comportamentos da situação-problema sob investigação. Eles funcionam como meios de justificar, conceituar ou estruturar usos da Matemática na análise e interpretação de situações da realidade. Com base nessa compreensão, este minicurso advoga pela construção de modelos matemáticos nos diferentes níveis de escolaridade e propõe, por meio do desenvolvimento de atividades práticas, uma discussão coletiva sobre o compromisso social da Modelagem na Educação Matemática. Busca evidenciar as repercussões sociais da construção de modelos tanto na aprendizagem e na comunicação matemática quanto nos modos como os estudantes percebem o mundo e a própria Matemática. Com duração de três horas, o minicurso destina-se a professores, pesquisadores, estudantes de graduação e de pós-graduação, e pretende tensionar práticas e ampliar perspectivas epistemológicas e pedagógicas quanto à produção de modelos em atividades de modelagem matemática desenvolvidas em sala de aula.

Título:  Seres-humanos-com-GenAI na produção de modelos matemáticos: agência, criticidade e ética

Ministrantes: Prof. Dr. Marcelo de Carvalho Borba (UNESP, Rio Claro)  e Prof. Dr. Aldo Peres Campos e Lopes (UNIFEI)

Descrição: O campo da Educação Matemática tem sido afetado por  transformações decorrentes da incorporação de tecnologias digitais, e mais recentemente, pela presença das inteligências artificiais generativas (GenAI). É importante, portanto, refletir sobre os processos de modelagem matemática quando passam a ser produzidos por seres-
humanos-com-GenAI, retomando e ampliando a perspectiva da agência coletiva. A modelagem, entendida como prática social, cognitiva e comunicativa, ganha novas configurações quando humanos e máquinas compartilham espaços de criação, simulação e análise. A noção de seres-humanos-com-mídias, parte da compreensão de que o conhecimento é produzido em coletivos híbridos, nos quais as mídias não são meros instrumentos, mas participantes ativos do processo de pensar. Ao introduzir a GenAI nesse coletivo, expandimos esse conceito, reconhecendo que esses sistemas não apenas executam cálculos ou produzem textos, mas intervêm nas formas de formular perguntas, construir modelos e interpretar resultados. Nesse cenário, discutir agência torna-se fundamental: quem decide, quem interpreta e quem é responsável pelo conhecimento produzido? É relevante explorar como a presença da GenAI pode potencializar processos de modelagem, oferecendo novas possibilidades de visualização, generalização e argumentação. No entanto, esse potencial vem acompanhado de desafios éticos e epistemológicos, especialmente relacionados ao plágio, à reprodução acrítica de respostas e à diluição da autoria. Tais riscos não devem ser entendidos apenas como desvios individuais, mas como questões formativas, ligadas à necessidade de desenvolver uma consciência crítica sobre as condições de produção do conhecimento no ambiente digital contemporâneo. A mitigação do plágio e do comportamento acrítico não se alcança apenas com políticas de controle, mas com práticas pedagógicas que promovam o diálogo reflexivo com as tecnologias. Isso implica convidar estudantes a analisar os resultados gerados pela GenAI, questionar as premissas embutidas nos modelos, identificar vieses e discutir as implicações sociais das escolhas matemáticas realizadas. O foco desloca-se, assim, do “uso correto” da tecnologia para interações críticas e éticas, valorizando a formação de sujeitos que compreendem a modelagem como prática situada, política e cultural. Será abordado exemplos e experiências que ilustram como professores e estudantes podem atuar como coautores conscientes na produção de modelos matemáticos com apoio da GenAI. A partir dessas práticas, buscaremos repensar o papel da Educação Matemática na construção de uma cultura científica mais reflexiva, colaborativa e eticamente comprometida — uma cultura em que humanos e inteligências artificiais cocriam, mas em que a responsabilidade e o sentido permanecem profundamente humanos.

Título: Elaborando perguntas e tarefas: análise em ambiente de modelagem matemática

Ministrante: Profª. Dra. Marilaine de Fraga Sant’Ana (UFRGS) e  Profº. Dr. Alvino Alves Sant’Ana

Descrição: Neste minicurso exploramos as potencialidades das perguntas em ambiente de aprendizagem de modelagem matemática. Vamos propor, em um primeiro momento, uma atividade de formulação e análise de perguntas. Posteriormente convidaremos os participantes a esboçarem o planejamento de uma tarefa de modelagem, para a qual sugeriremos um roteiro de análise. Nos guiamos pela concepção de modelagem matemática como ambiente pautado pelo paradigma dos “cenários para investigação” (Skovsmose, 2000), proposta por Barbosa (2001). Retomamos trabalhos já desenvolvidos por nós em 2009 e 2017, por Prado, Silva e Santana (2013) e por Campos e Sant’Ana (2020, 2022), que tratam da formulação de perguntas e do planejamento de tarefas.

Título: Projetos temáticos de Modelagem Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental

Ministrante: Profª. Dra. Regina Helena de Oliveira Lino Franchi e Profª. Ma. Karen Ramos

Descrição: A modelagem matemática vem sendo utilizada como uma prática pedagógica com características de interdisciplinaridade por abordar temas e problemas relacionados à realidade. Esse tipo de abordagem interdisciplinar pode ser facilitado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental pelo fato dos docentes, nesse nível de ensino, serem polivalentes e lecionarem as diversas áreas do currículo escolar. Desta forma, é possível trabalhar um tema ou problema de maneiras e/ou com enfoques diferentes em várias disciplinas. Nesta etapa de ensino, a área de matemática, deve priorizar a alfabetização matemática, que envolve compreender, aplicar e dar sentido aos conhecimentos matemáticos. A Base Nacional Comum Curricular propõe o letramento matemático, definido como a capacidade de raciocinar, representar, comunicar e argumentar matematicamente, resolvendo problemas em diferentes contextos e reconhecendo a importância da matemática para a vida em sociedade. A modelagem matemática pode ser uma alternativa para atender a esses objetivos. Assim, propomos neste minicurso apresentar especificidades deste tipo de prática, para este nível de ensino, discutir possibilidades e estimular sua aplicação por meio do desenvolvimento de projetos temáticos. Serão apresentados exemplos de atividades com essa característica, assim como desenvolveremos tarefas abordando o tema meio ambiente.

Título: Modelagem Matemática: um ato de insubordinação criativa em tempos de sistemas estruturados de ensino nas escolas

Ministrante: Prof. Dr. Marcio Urel Rodrigues

Descrição: O cenário educacional brasileiro atual tem sido marcado por uma crescente padronização curricular, impulsionada por Sistemas Estruturados de Ensino (SEE). Tais sistemas, frequentemente materializados em apostilas, plataformas digitais com trilhas de aprendizagem fixas e um calendário de avaliações externas, visam homogeneizar o ensino e garantir a cobertura de um currículo prescrito. Desta maneira, os SEE frequentemente engessam a prática letiva dos professores que ensinam matemática nas escolas, limitando a autonomia do professor e promovendo uma matemática procedimental, desconectada da realidade dos estudantes. Nesse contexto de forte regulação pedagógica, a Modelagem Matemática emerge não apenas como uma tendência metodológica ou processo matemático como apontado pela (BNCC), mas como um potente instrumento de resistência e ressignificação do ato de ensinar e aprender Matemática. A Modelagem Matemática parte de situações-problema do mundo real, permitindo que os estudantes investiguem, formulem hipóteses, criem e validem modelos matemáticos para compreender e intervir em sua realidade. Essa prática, por sua natureza investigativa, interdisciplinar e não-linear, entra em rota de colisão direta com a lógica sequencial e fragmentada dos SEE. Diante deste impasse, surge a questão que norteará o nosso minicurso: Como inserir projetos e/ou atividades de Modelagem Matemática na prática letiva de professores que ensinam matemática nas escolas da Educação Básica em tempos de SEE? A proposta deste minicurso é, portanto, explorar a insubordinação criativa como uma ação refletida e estratégica do professor que, conhecendo as regras e as pressões do SEE, encontra brechas e fissuras para subvertê-lo pedagogicamente, garantindo uma aprendizagem mais contextualizada, significativa e crítica para seus alunos, sem romper abertamente com a estrutura imposta. Assim sendo, o nosso objetivo geral é: Fomentar a reflexão crítica e o desenvolvimento de estratégias práticas para a implementação de atividades e/ou projetos de Modelagem Matemática em salas de aula submetidas a (SEE), capacitando os professores que ensinam matemática a exercerem sua autonomia de forma criativa e insubordinada. Objetivos Específicos: (i) Analisar as características, potencialidades e limitações dos SEE na prática letiva dos Professores de Matemática em serviço nas escolas; (ii) Identificar e explorar as brechas curriculares e metodológicas nos materiais didáticos estruturados que permitem a inserção de projetos de Modelagem Matemática; (iii) Discutir coletivamente possibilidades de projetos e/ou atividades de Modelagem Matemática que dialoguem com os conteúdos exigidos pelos SEE, mas que os transcendam em profundidade e significado. Esperamos que, ao final deste minicurso, os professores participantes não saiam com respostas prontas, mas sim com um novo olhar e com empoderamento com a percepção de que é possível, sim, desenvolver sua prática letiva em sala de aula com a Modelagem Matemática, mesmo dentro de estruturas rígidas. Almejamos que os professores que ensinam matemática nas escolas se sintam mais seguros para tencionar o SEE, utilizando sua criatividade não para negá-lo por completo, mas para transformá-lo a partir de dentro, em um genuíno e necessário ato de insubordinação a favor da aprendizagem matemática de seus estudantes.

Título: Modelagem Matemática nas práticas docentes como espaço de formação.

Ministrantes: Profª. Dra. Roberta Modesto Braga; Profª. Dra. Neuma Teixeira dos Santos – UFRA e Profª. Dra. Antônia Edna Silva dos Santos – UEPA

Descrição: Este minicurso tem como objetivo apresentar experiências de Modelagem Matemática vivenciadas em contextos diversos. Serão apresentados aspectos gerais sobre a Modelagem Matemática, atividades práticas vivenciadas pelas ministrantes na educação básica e superior, bem como experiência em laboratório de Modelagem Matemática. No minicurso, serão sugeridos temas para os participantes desenvolverem atividade prática de Modelagem com implicações para uso em aulas de Matemática.

Título: Modelagem na Educação Matemática: uma reflexão crítica sobre seus elementos

Ministrante: Prof. Dr. Dionísio Burak (UNICENTRO)

Descrição: Este minicurso tem como objetivo central promover uma reflexão crítica acerca da concepção de Modelagem na Educação Matemática, tomando como referência os pressupostos de Burak (1992) e Higginson (1980). Para tanto, apresenta inicialmente uma síntese das dimensões fundamentais da Educação Matemática propostas por Higginson e, em seguida, discute a compreensão de Modelagem segundo a perspectiva de Burak. A partir desses referenciais, realiza-se uma análise crítica e reflexiva que busca estabelecer fundamentos metodológicos e epistemológicos consistentes para a compreensão da Modelagem como prática pedagógica no ensino e aprendizagem da Matemática. A reflexão a ser realizada pretende contribuir para uma compreensão mais crítica e transformadora da Modelagem no ensino da Matemática. Espera-se que, durante o minicurso, os participantes, a partir das discussões e reflexões propostas, possam reconhecer a importância epistemológica, metodológica e pedagógica da Modelagem de Burak, na concepção de Educação Matemática de Higginson, para o desenvolvimento de práticas docentes, especialmente na Educação Básica.

Local: INMA UFMS – Instituto de Matemática (em frente ao complexo esportivo)